1.
como as probabilidades apontam, ninguém é especial e eu sou apenas um homem; obviamente, também tive/estou tendo a minha dose da cálculo renal. o que, pra mim, por ora, tem sido um inconveniente muito menor do que dinâmicas de grupo, conviver com gente que leva o pablo marçal a sério ou lidar com o fato de que a ficção não é absurda e sem sentido, enquanto a realidade…
2.
outra coisa que foi bem pior do que lidar com a minha microlitíase foi o processo para chegar ao diagnóstico. aqui, vou abrir um parêntese (em nenhum momento, minhas dificuldades com o acesso à saúde pública são uma crítica ao SUS) fecha parêntese.
foi de algum momento das 11 horas que eu gastei pra cuidar da minha saúde que surgiu a frase do cartum abaixo.
o desenho, naturalmente, veio de alguma das sessões de desenhos com meus filhos.
3.
mas é claro que seria muito fácil colocar toda essa dureza pra se tratar nas costas do “sistema” — palavra que costuma ser usada quando se quer compartilhar culpa, mas não se sabe exatamente com quem. só que o lance nem é esse.
pra fazer um último teste e fechar o meu diagnóstico, era preciso fazer um exame que exigia 4 horas de jejum seco. eu tinha a opção de dar as costas e ir embora, ou ficar esperando.
houve uma escolha. quase sempre há uma escolha. quase sempre nenhuma das opções é boa também.
Espero que esteja melhor :)