Se tem algo de positivo no pós pandemia (ja que a humanidade não melhorou mesmo!) foi o fato de parar de pintar meus cabelos embranquecidos precocemente. Não que minha velhice seja precoce apenas os cabelos começaram mais cedo...
Foi libertador parar de pintar a cada 15 dias e assumir meus platinados.
O engraçado é que muitos acham que sigo pintando e que descolori as mechas....
eu não sei se tenho me sentido envelhecida. madura, sim. cansada de ser adulta, também. talvez esteja aí a coisa não tão bem-vinda do contato cada vez mais sólido com a realidade... algo que, dia desses, me fez pensar que consigo entender muito bem o caso de adultos que param de sonhar.
viver pode ser bem exaustivo e sonhos podem ficar cada vez mais parecidos com delírios.
acontece, quando a gente começa a ser chamado de "senhor" pra lá e pra cá, até por gente que, pela cara, regula com a nossa idade. tô nessa de tentar fazer as pazes com a mortalidade e com a decrepitude do corpo, mas com o envelhecimento (saudável, deixando de lado as dores e os esquecimentos) me sinto ok. fala a verdade, tem horas que faz sentido, pelo menos pra mim, como se a minha idade estivesse se adaptando à minha personalidade e aos meus hábitos, finalmente.
também é válido trocar ideia com gente idosa, que sempre se surpreende com a juventude de qualquer pessoa, quando faz falta uma massagem no ego.
HAHAHAHA
lembrei de dois fatos que aconteceram comigo. tenho 34 anos, mas sou grisalho há bastante tempo. bem grisalho, eu diria:
1 - no mercado, uma mulher me deixou passar primeiro: "pode passar, senhor". nessa eu fiquei triste.
2 - em uma lanchonete, enquanto esperava meu pedido: "mocinho, pode sentar que levo o pedido na mesa para vc". nessa eu fiquei feliz.
algumas coisas são mais bem-vindas que as outras, né
'primeira e última vez que a gente vai envelhecer'.
pegou pesado, hein! bateu o peso da crise existencial dessa frase e até balançou meu café.
espero que não tenha perdido café, afinal de contas, cada café pode ser o próximo ou último haha
Sempre penso que um dia meus cachos se tornarão um grande algodão doce cinza (e depois branco).
Ainda não cheguei nessa fase da vida, mas acho que vai ser engraçado quando acontecer comigo.
Também acho que aceitaria o lugar se me oferecessem, por mais que isso me fizesse pensar: "ei, pera aí 🤔"
Se tem algo de positivo no pós pandemia (ja que a humanidade não melhorou mesmo!) foi o fato de parar de pintar meus cabelos embranquecidos precocemente. Não que minha velhice seja precoce apenas os cabelos começaram mais cedo...
Foi libertador parar de pintar a cada 15 dias e assumir meus platinados.
O engraçado é que muitos acham que sigo pintando e que descolori as mechas....
outro aprendizado do pós-pandemia é que as pessoas não acreditam em fatos objetivos (seus cabelos naturalmente platinados); mas, no que querem.
eu não sei se tenho me sentido envelhecida. madura, sim. cansada de ser adulta, também. talvez esteja aí a coisa não tão bem-vinda do contato cada vez mais sólido com a realidade... algo que, dia desses, me fez pensar que consigo entender muito bem o caso de adultos que param de sonhar.
viver pode ser bem exaustivo e sonhos podem ficar cada vez mais parecidos com delírios.
suas duas últimas linhas foram uma flecha.
Esqueci de dizer que amei o título do texto, dá um excelente conto...
acontece, quando a gente começa a ser chamado de "senhor" pra lá e pra cá, até por gente que, pela cara, regula com a nossa idade. tô nessa de tentar fazer as pazes com a mortalidade e com a decrepitude do corpo, mas com o envelhecimento (saudável, deixando de lado as dores e os esquecimentos) me sinto ok. fala a verdade, tem horas que faz sentido, pelo menos pra mim, como se a minha idade estivesse se adaptando à minha personalidade e aos meus hábitos, finalmente.
também é válido trocar ideia com gente idosa, que sempre se surpreende com a juventude de qualquer pessoa, quando faz falta uma massagem no ego.
"como se a minha idade estivesse se adaptando à minha personalidade e aos meus hábitos, finalmente."
sim pra caramba.
no fim das contas, não há muito pra onde correr e a gente começa a perceber isso nesses episódios.